Um dos assuntos que está em voga ultimamente na imprensa é o “Caso Paula Oliveira”. Esse episódio da brasileira que alega ter sido agredida por neonazistas na Suíça abre margens para a conclusão de que faltou, mais uma vez, investigação jornalística e uma análise crítica do fato por uma parte considerável dos meios de comunicação nacional.
Antes mesmo de apurar os fatos e de extrair informações técnicas de autoridades, certezas e acusações já estavam sendo veiculadas em todo o país. Á princípio, a pedra da condenação foi atirada contra o xenofobismo que há muito assola estrangeiros. Dessa forma, circulou na mídia a notícia de que Paula Oliveira “teria” sido agredida e “teria” perdido os bebês que “estaria” esperando. O desfecho mostrou, no entanto, que nada disso ocorreu, mas a atribuição de culpas ainda permaneceu. Agora, culpa-se o pai da brasileira pela exposição dos acontecimentos e até mesmo pela possível insanidade da jovem.
Como podemos perceber, os erros envolvidos no caso em questão não são inéditos por aqui. Nos anos 90, o país assistiu perplexo o desfecho do “Caso Escola Base”, em que alguns funcionários da instituição, localizada em São Paulo, foram apontados como os responsáveis pelos supostos abusos sexuais contra crianças. No final, comprovou-se a inocência dos que estavam na berlinda das acusações.
Desfechos como esses reforçam a idéia de que nossa imprensa tupiniquim vive passando da conta e expondo, em demasia, erros que criam alardes. Agora, resta um questionamento: até quando isso vai durar?
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