quarta-feira, 10 de junho de 2009
São Bernardo abre Quarta Mostra de Cinema Comentado da Faculdade Estácio de Sá de Belo Horizonte no período noturno
A exibição de “São Bernardo” (1971), dirigido por Leon Hirszman, baseado no roteiro de Graciliano Ramos, deu início à Quarta Mostra de Cinema comentado da Faculdade Estácio de Sá de Belo Horizonte. O jornalista e crítico de cinema Marcelo Miranda abordou as principais temáticas envolvidas no filme com alunos e professores.
A construção moral do ser humano apresentada no enredo da obra representou um dos pilares que nortearam a discussão. O cineasta analisou os traços psicológicos da personagem central, Paulo Honório, vivido pelo ator Othon Bastos e fez uma comparação com o valores capitalistas presentes na sociedade atual. De acordo com Miranda, assim como Paulo Honório, que prosperou financeiramente depois de humilhar outras pessoas, muitos ainda buscam a conquista de bens materiais e esquecem o lado humano da vida.
A representação da figura feminina também ganhou destaque nas falas do crítico. Para ele, Madalena, encenada por Isabel Ribeiro, encarna o estereótipo da mulher submissa apenas nos primeiros dias da união matrimonial com Paulo Honorário. “Madalena, aos poucos, vai se revelando forte e começa a apresentar atitudes esquerdistas. Tudo isso aflorou ainda mais a ira e os ciúmes do seu marido: fatores que a levaram ao suicídio”, diz.
Marcelo Miranda argumenta que “São Bernardo” foi produzido sem muitos recursos e que, por isso, o áudio ficou prejudicado em alguns trechos. No entanto, ele ressalta que a utilização de câmara parada atribuiu importância às imagens. O aluno do 8° período de jornalismo Thiago Lopes considera que essa técnica realça o enredo do filme. “Diferentemente do que ocorre em outros filmes, as imagens são melhor exploradas em “São Bernardo”. Dessa forma, o ambiente natural e a movimentação dos atores no cenário podem ser analisados mais atentamente”, diz.
A também estudante de jornalismo do 3° período Bárbara Flores comenta que os organizadores acertaram na escolha do filme. Segundo ela, a exibição de obras cinematográficas nacionais no ambiente acadêmico estimula o interesse dos alunos em relação à produção cultural brasileira.
Marcelo Miranda comenta trechos do filme:
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